A luta pela sobrevivência no Acampamento Nova Jerusalém, em Nova Serrana, MG, por causa da injustiça de um despejo. 3ª Parte. 11/5/2018.
O injusto e covarde despejo a que foram submetidas as famílias do Ocupação-Comunidade Nova Jerusalém, em Nova Serrana, centro-oeste de MG, no dia 26/4/2018, depois de 6 anos de um trabalho coletivo desenvolvendo agricultura familiar, cuidando com consciência ecológica da Mãe terra e da Irmã água do rio Pará e das nascentes espalhadas pela área da fazenda Canta Galo, as faz enfrentar uma difícil luta por sobrevivência nas margens do rio Pará, onde montaram acampamento. As famílias sobrevivem de doações e da sua organização nessa luta por sobrevivência. No despejo, seus pertences lhes foram retirados, incluindo, além dos móveis, cobertores, utensílios domésticos, roupas, medicamentos. As dificuldades e necessidades fortalecem sua união e o espírito de luta, e as motivam nas ações para superar as adversidades. Criaram um espaço para o artesanato, onde mulheres da Comunidade confeccionam colchas que servirão de cobertores, e peças para serem vendidas e, assim, gerar renda para ajudar nas necessidades diárias. O clamor se volta para o Governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, para que autorize as famílias a retornarem para a Fazenda Canta Galo, que é de propriedade do Estado de Minas Gerais e foi cedida ao município de Nova Serrana/MG, sob o argumento de que ali seria instalado um Aterro Sanitário, mas na realidade, conforme denúncias de moradores, está sendo usada para criação e engorda de gado de aliados do prefeito de Pitangui, que faz parte do Consórcio Intermunicipal do Aterro Sanitário. É inadmissível, é desumano, é imoral e ilegal, fere o princípio da dignidade humana que famílias sejam despejadas de uma área pública para dar mais espaço a bois e vacas de propriedade particular.
Obs.: O Governo de Minas prometeu às famílias que lhes daria uma resposta, uma posição. Depois de 3 semanas no Acampamento, sem nenhuma posição do Governo, no dia 24/5/2018 as famílias decidiram reocupar a Fazenda Canta Galo, determinadas a lutar por suas moradias (algumas já demolidas, outras arrombadas) e pela terra, que lhes pertence, por direito.
*Reportagem em vídeo de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, da Equipe de Comunicação do CPT-MG. Nova Serrana/MG, 11/5/2018.
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