Em breve mais informações.
Quem Somos
Histórico da CPT – MG
1970
em um momento crítico da história do Brasil, marcado pela ditadura militar-civil-empresarial e pela repressão aos movimentos sociais. Sua criação teve o objetivo de apoiar e defender os direitos dos trabalhadores rurais, camponeses, indígenas e quilombolas, em meio a um contexto de violência no campo, concentração fundiária, exploração do trabalho e exclusão social. Esse compromisso da Igreja Católica, sob influência da Teologia da Libertação, fez com que a CPT atuasse como um braço de resistência em prol das populações oprimidas nas áreas rurais do estado.
Desde o início, a CPT-MG se destacou pela defesa do direito à terra e pela luta pela reforma agrária. Com o avanço das fronteiras agrícolas e o aumento da concentração de terras nas mãos de latifundiários; pequenos agricultores, trabalhadores rurais, comunidades tradicionais e indígenas foram submetidos a pressões, ameaças e violências por parte de fazendeiros e grileiros. Acompanhando pastoralmente, a CPT respondeu oferecendo suporte jurídico, técnico e organizacional para essas comunidades, promovendo o acesso à terra e a justiça social no campo. As ações da CPT não se restringiram apenas à assistência material, mas também incluíram formação e conscientização política e cidadã, fortalecendo a resistência camponesa.
como o Norte de MG, o Noroeste de MG, o Vale do Jequitinhonha, o Vale do Mucuri, o Sul de MG e o Triângulo Mineiro. Nessas áreas, a CPT tem apoiado ocupações de latifúndios que não cumprem sua função social, movimentos de trabalhadores rurais e comunidades que reivindicam o direito de produzir e viver da/na terra. Em paralelo, a CPT também se mobilizou para defender os direitos humanos e lutar contra práticas como o trabalho escravo, que ainda persiste em algumas fazendas da região, e contra o fenômeno da grilagem, que consiste na apropriação ilegal de terras públicas ou comunitárias por interesses privados.
Minas Gerais, rico em recursos minerais, viu a expansão de empresas de mineração e o consequente aumento do desmatamento, da poluição e dos conflitos por água. Após os desastres/crimes ambientais em Mariana (2015) e Brumadinho (2019), em que as barragens de rejeitos de mineração da Vale S/A se romperam e causaram enormes perdas humanas e ambientais, a CPT foi uma das principais vozes de apoio às comunidades atingidas e de denúncia contra a irresponsabilidade das mineradoras e do Estado que dá as licenças ambientais. A organização passou a integrar articulações maiores, junto a movimentos como a Rede Igrejas e Mineração, para pressionar por reparações e políticas mais rigorosas de proteção ambiental.
Essa abordagem visa fortalecer a soberania alimentar, promovendo uma agricultura que respeita o meio ambiente e valoriza as práticas tradicionais e comunitárias de produção de alimentos. O trabalho da CPT envolve tanto apoio jurídico e político quanto a promoção de educação e formação, permitindo que os trabalhadores e trabalhadoras do campo se organizem e fortaleçam suas lutas por autonomia e respeito.
Hoje, a Comissão Pastoral da Terra de Minas Gerais segue sendo uma presença ativa e fundamental na defesa dos direitos dos povos do campo, fortalecendo sua luta contra a violência, a superexploração e o abandono das áreas rurais.
Missão da CPT – MG
A missão da CPT é ser uma presença solidária, profética, ecumênica, fraterna e afetiva, prestando um serviço educativo e transformador. O objetivo é estimular e reforçar o protagonismo dos povos da terra, das águas e das florestas.
Convocada pela memória subversiva do evangelho da vida e da esperança, fiel ao Deus dos pobres, à terra de Deus e aos pobres da terra, ouvindo o clamor que vem dos campos e florestas, seguindo a prática de Jesus.
A CPT quer ser uma presença solidária, profética, ecumênica, fraterna e afetiva, que presta um serviço educativo e transformador junto aos povos da terra e das águas, para estimular e reforçar seu protagonismo.
A CPT reafirma seu caráter pastoral e retoma, com novo vigor, o trabalho de base junto aos povos da terra e das águas, como convivência, promoção, apoio, acompanhamento e assessoria:
Nos seus processos coletivos:
de conquista dos direitos e da terra, de resistência na terra, de produção sustentável (familiar, ecológica, apropriada às diversidades regionais);
Nos seus processos de formação integral e permanente:
a partir das experiências e no esforço de sistematizá-las, com forte acento nas motivações e valores, na mística e espiritualidade;
Na divulgação de suas vitórias e no combate das injustiças,
sempre contribuindo para articular as iniciativas dos povos da terra e das águas e buscando envolver toda a comunidade cristã e a sociedade, na luta pela terra e na terra; no rumo da “terra sem males”.