CORAÇÃO DA DIVISA: documentário aborda violência à Comunidade Tradicional da Cabeceira do Piabanha e ameaça ao Parque Estadual Alto Cariri (MG)
O documentário “Coração da Divisa” aborda a história de Cabeceira do Piabanha, uma comunidade tradicional do sertão de Minas Gerais, que luta contra os interesses de fazendeiros e da mineradora Nacional de Grafite. No centro dessa disputa está não só a luta pela permanência do modo de vida e do território da comunidade, bem como um complexo hídrico e a subsistência do Parque Estadual Alto do Cariri, em Salto da Divisa, MG. O Documentário aborda conflito entre Comunidade Tradicional latifundiários e a mineradora Nacional do Grafite.
A exploração minerária pretendida pela mineradora Nacional do Grafite coloca em risco território remanescente da Mata Atlântica em Minas Gerais. A pandemia do novo coronavírus trouxe à tona a essencialidade de um bem vital: a água. Em tempos em que o acesso a esse precioso bem natural se torna um fator decisivo para a vida de milhões, as famílias lutam para manter vivo o complexo hídrico do Parque Estadual Alto Cariri, em Salto da Divisa, MG. A região abriga 18 nascentes de água potável que alimenta o córrego Piabanha, principal curso d`água do município de Salto da Divisa, na região do Vale do Jequitinhonha. Há mais de 70 anos, o patrimônio hídrico e ambiental é protegido pela Comunidade Tradicional Agroextrativista e Artesã Cabeceira do Piabanha. No entanto, esse bem está ameaçado. Além de abrigar diversas fontes hídricas, a região também possui grandes jazidas de grafita. Dois fatores que tornaram a comunidade um alvo constante do interesse de empresas mineradoras. Coagidos com ameaças, famílias foram forçadas a deixar a região de Cabeceira do Piabanha, que é uma Comunidade Tradicional Agroextrativista e Artesã certificada pelo governo do estado de Minas Gerais. Os primeiros moradores chegaram à comunidade no início dos anos 50 do século XX, vive desde então da terra e dos bens naturais existentes no território, produzindo alimentos agroecológicos para consumo próprio, festas, doações e comercialização do execendete na cidade de Salto de Divisa.
A comunidade era constituída por 12 famílias que protegiam as nascentes que fundam o rio Piabanha, um dos afluentes do Rio Jequitinhonha, no Parque Estadual Alto do Cariri. Desde 2014, as famílias vêm sendo cotidianamente ameaçadas por fazendeiros e pela mineradora Nacional de Grafite. Até mesmo animais domésticos da comunidade foram assassinados (atropelados) como forma de intimidar as famílias. Em 2015, em um dos mais marcantes episódios, três agentes de pastoral da Comissão Pastoral da Terra (CPT) – Edivaldo Ferreira, Paulo André e Irmã Geraldinha – foram vítimas de uma emboscada quando voltavam da Cabeceira do Piabanha. Após seis anos de pressões e violência cotidiana, 09 famílias que residiam na área que existe uma jazida de grafita, que a mineradora Nacional de Grafite tem direito minerário, foram obrigadas a deixarem o território. “Não é a mesma coisa. Nosso sonho é um dia reconquistar a nossa Cabeceira do Piabanha. Lá é a nossa terra, é lá que nossos avós, pais e irmãos estão enterrados“, desabafa com a voz embargada o comunitário Nivaldo Morais Nascimento. A defensora pública Dra. Ana Cláudia Storck, da Defensoria Pública de Minas Gerais, explica que a comunidade deveria ser protegida pelo governo do estado: “A Cabeceira do Piabanha é uma das comunidades protegidas pela Constituição Federal, no seu modo de criar, fazer e viver. São comunidades, que muitas vezes, com a própria vida, defendem um patrimônio ambiental” declara.
O Parque Estadual Alto Cariri foi criado em 2008 via Decreto 44.726 com uma área de 6.151,1380 hectares e fica na divisa dos municípios de Santa Maria do Salto e Salto da Divisa. O território é um importante remanescente de Mata Atlântica, responsável pela preservação de espécies ameaçadas como o macaco monocarvoeiro, maior primata das Américas. No entanto, essa reserva está sob ameaça. Desde 2015, tramita na Assembleia Legislativa de Minas Gerais o PL 1480/2015 que propõe a alteração dos limites do parque. A nova demarcação retira o território da Comunidade de Cabeceira do Piabanha dos limítrofes do parque. Com isso, a mineração no território – que hoje é proibida por lei, por se tratar de uma área de preservação – ficaria permitida. A extração mineral na área das nascentes seria um ponto final não só para o curso hídrico, mas também para toda a reserva ambiental do seu entorno, inclusive o Parque Estadual Alto Cariri.
Enquanto o mundo briga contra o coronavírus, no #CoraçãodaDivisa as famílias lutam por nossas águas. Nos últimos meses, o mundo parou. O número avassalador de mortes imobiliza. Para frear o alto índice de contágio pelo #coronavírus, o acesso à água é fator decisivo. Enquanto o mundo tenta conter a propagação do vírus, no #CoraçãodaDivisa as famílias lutam para manterem vivas as águas do Parque Estadual Alto do Cariri (MG)
A produção do Documentário CORAÇÃO DA DIVISA é uma parceria entre a Rupestres Filmes, a Comissão Pastoral da Terra (CPT/MG) e o Instituto Direitos Humanos de Minas Gerais.
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SERVIÇO Documentário “Coração da Divisa”
Data de lançamento: 05/06/2020 às 10h e Live: 05/06/2020 às 18hs via Facebook: CPT-MG Comissão Pastoral da Terra Minas Gerais
Link Documentário também em: https://www.youtube.com/ComissãoPastoraldaTerraCPTNacional
E também via Canal no youtube: CPT-MG – Comissão Pastoral da Terra , Canal no youtube: Frei Gilvander luta pela terra e por direitos
Assessoria de Imprensa: Amélia Gomes (31) 98430-442