“Deus criou a terra para todos. Felizes os/as que lutam para libertar a mãe terra do poder do latifúndio” (Frei Gilvander). Quilombo Campo Grande, do MST, Campo do Meio/MG. ALMG, 22/11/2018. Vídeo 6.

“Deus criou a terra para todos. Felizes os/as que lutam para libertar a mãe terra do poder do latifúndio” (Frei Gilvander). Quilombo Campo Grande, do MST, Campo do Meio/MG. ALMG, 22/11/2018. Vídeo 6.

Frei Gilvander, da CPT, em reunião na Mesa de Negociação. Foto: Reginaldo Silva.

Audiência Pública foi realizada pela Comissão dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, no dia 22/11/2018, no Espaço Democrático José Aparecido de Oliveira, para discutir a ameaça de despejo às 450 famílias Sem Terra do Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio, e encaminhar ações em defesa dessas famílias. Em 1998, dois anos após a antiga Usina Ariadnópolis encerrar suas atividades e decretar falência, em 1996, sem acertar salários, indenizações e dívidas trabalhistas, que no total somam mais de R$300 milhões, trabalhadores e trabalhadoras ocuparam a área, como uma forma de terem saldadas suas dívidas e garantidos os seus direitos. Distribuídas em 11 Acampamentos do MST, as 450 famílias constituem o Quilombo Campo Grande e há 20 anos trabalham e produzem nessas terras. A paisagem mudou: a área de 3.900 hectares que era tomada pela monocultura de cana-de-açúcar, hoje tem a produção da terra variada e gera trabalho e renda para cerca de 2.000 trabalhadores e trabalhadoras, garantindo a sobrevivência das famílias acampadas e fazendo circular a economia na cidade de Campo do Meio e região. Essas famílias, ao longo dos anos, se organizaram, construíram suas casas, se estruturaram, cuidaram da terra e hoje, produzem, de forma orgânica, sem agrotóxicos, 510 toneladas de grãos de café por ano e, graças a essa produção, o Quilombo Campo Grande concentra uma das maiores cooperativas de café do Estado de MG, a Cooperativa Guaií. Além disso, colhem também, nessa mesma linha agroecológica ou em transição, 55 mil sacas de milho, 8,5 mil sacas de feijão e plantam em 40 hectares, horta com grande variedade de verduras, legumes e tubérculos. Também estão plantadas nos acampamentos 60 mil árvores frutíferas e mais de 60 mil árvores nativas. A decisão judicial de Juiz da Vara Agrária proferida em 7 de novembro/2018 que determina a reintegração de posse e o despejo das 450 famílias do Quilombo Campo Grande ameaça toda essa história de luta, emancipação humana e transformação social, ferindo gravemente o princípio da dignidade humana, desconsiderando os 20 anos de vida dessas famílias que estão plenamente integradas nessas terras, onde produzem, resistem e sobrevivem. É ético, moral, humano e legal, garantir a permanência dos camponeses e camponesas do Quilombo Grande nessas terras e possibilitar, assim, que sigam sua vida e seu trabalho na terra, em paz com suas famílias. Nesse vídeo, a intervenção eloquente de frei Gilvander Moreira, da coordenação da CPT-MG, que faz memória histórica, como testemunha, de anos dessa Ocupação em Campo do Meio, manifesta seu apoio e solidariedade a essa luta e resistência contra as ameaças e a opressão do sistema que protege o latifúndio e os latifundiários, alerta para as gravíssimas consequências de um injusto e covarde despejo e lembra, com ternura, que a terra é de todos, dom do Deus da Vida, que quer todos os seus filhos e filhas, vivendo com dignidade.

+ Vídeo original das gravações do streaming da TV Assembleia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Divulgação de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CPT e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, colaboradora da CPT-MG. Belo Horizonte/MG, 22/11/2018.

* Inscreva-se no You Tube, no Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander, acione o sininho, receba as notificações de envio de vídeos e assista a diversos vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar, compartilhe. Sugerimos.