Encontro de Mulheres Camponesas do Vale do Jequitinhonha e Norte de Minas Gerais.
Nos dias 28 a 31 do mês de agosto de 2019, no CAV (Centro de Agricultura Alternativa Vicente Nica), no município de Turmalina, no Vale do Jequitinhonha, a Comissão Pastoral da Terra (CPT/MG), em parceria com a Congregação da Divina Providência e do CAV, realizou o Encontro de Mulheres Camponesas, com 22 mulheres do Vale do Jequitinhonha e Norte de Minas Gerais, representantes das seguintes comunidades: Cabaceira, de Itacarambi; Croata, de Januária; Mutuca de Cima, de Coronel Murta; Cabeceira do Piabanha e Dom Luciano, de Salto da Divisa; e Vida Nova, de Jordânia. Ainda participaram mulheres da Comissão Pastoral da Terra, do Conselho Pastoral dos Pescadores e Pescadoras, e da Congregação das Irmãs da Divina Providência.
O encontro faz parte das atividades do Projeto: No processo de transformação da mandioca em sustentabilidade: resgatar a dignidade feminina e proporcionar o empreendedorismo das mulheres! Este projeto é financiado pelas Irmãs da Divina Providência e coordenado pela Comissão Pastoral da Terra de Minas Gerais. Ambas as pastorais, no cotidiano de suas experiências pastorais, diagnosticaram que muitas mulheres camponesas produzem, mas não têm controle suficiente da produção e vivem sobrecarregadas de trabalho sem ter tempo de se cuidarem. Neste sentido, o encontro teve como temas: autocuidado, fabricação de tapiocas/beijus, gestão e comercialização da produção. No primeiro momento, as participantes foram acolhidas pelas terapeutas naturais: Rosaline Antunes, Vilma das Dores, Maria Barbosa e Irmã Neusa (da Divina Providência), que utilizaram várias técnicas holísticas de autocuidado.
Foi realizado um momento de formação sobre Gestão e Comercialização da produção com assessoria do CAV. Visita a propriedade familiar de Maria Aparecida (conhecida como dona Côca) e seu José Maria, no município de Minas Novas. A dona Côca é uma das protagonistas do processo de organização das produtoras e produtores orgânicos e presidenta da Associação de Feirantes do município. A família tem propriedade de 03 hectares de terra, com uma produção diversifica e certificado de produção orgânica e conta com assistência técnica do CAV. Também foi realizada uma visita à Associação de Feirantes de Turmalina e, em seguida, visita à Feira da Agricultura Familiar do município com a finalidade de conhecer as experiências de comercialização.
O grupo também participou da Feira de Sementes Crioulas, organizada pelo CAV e em seguida, foi realizada oficina de fabricação de tapiocas/beijus, assessorada por Neuzelia da Comunidade Quilombola Paraguai, do município de Felisburgo, que no primeiro momento explicou e demonstrou os cuidados com a higiene, como a utilização de toucas e luvas, dentre outros e, de forma pausada, fez a primeira tapioca e, em seguida, todas as mulheres fizeram tapiocas com recheios diversos.
O encontro foi avaliado de forma muito positiva. As participantes disseram que foram momentos ricos de aprendizagem, troca de experiências, além dos depoimentos de algumas mulheres que afirmaram que a partir dos encontros realizados pelo projeto, atualmente possuem autonomia e estão assumindo os processos de produção, gestão e comercialização.