Governo de MG, Pimentel, está prestes a cometer injustiça agrária e violência contra Sem Terra no Norte Minas. Urgente e Alerta!
“Ai dos que ajuntam casa a casa, dos que acrescentam campo a campo, até que não haja mais lugar, de modo que habitem sós no meio da terra!” (Isaías 5,8).
A tropa de Choque da Polícia Militar do Governo de Minas Gerais (PM/MG) está desde 6 horas da manhã de hoje, dia 13 de março de 2018, terça-feira, na porteira do Acampamento Alvimar Ribeiro (MST), no município de Francisco Sá, no Norte de Minas Gerais, tentando cumprir o despejo contra os Sem Terra em defesa do latifúndio. A fazenda Redenção é improdutiva, não cumpria função social. As Famílias Sem Terra acampados, do MST, que tem plantios (inclusive para fazer a colheita) e pequenas criações – trouxeram vida para a terra e querem apenas um chão para poder viver e plantar. Entre os/as Sem Terra acampados/as estão muitas crianças, jovens e idosos que estão reconstruindo suas vidas nesta terra, agora tendo função social.
No dia 06 de março último, em uma reunião da Mesa de Diálogo de conflitos agrários e urbanos, os representantes do Governo de Minas garantiram que o despejo não aconteceria até o dia 15 de março, data da reunião da referida Mesa em Montes Claros.
Hoje, de madrugada, dia 13/3/2018, os camponeses Sem Terra acampados foram surpreendidos com a chegada da tropa de choque da PM para despejar as famílias da fazenda ocupada. O povo Sem Terra está indignado, com foices na mão e não aceita ser despejado da área. O Governo prometeu que não teria o despejo.
O Governo Pimentel irá cometer mais essa injustiça agrária contra o povo pobre Sem Terra? O Governo vai permitir que o latifúndio mais uma vez massacre a população pobre do Norte de Minas que sonha em ter um pedaço de chão? O Governo Pimentel, como no caso da Comunidade Tradicional pesqueira de Cana Brava, em Buritizeiro, vai permitir mais essa ação violenta contra os camponeses do Norte de Minas? Que o Governador Pimentel impeça o comando da PM em cometer mais essa injustiça.
Na manhã de hoje, a PM não deixou agentes de pastoral da Comissão Pastoral da Terra (CPT) entrar no Acampamento Alvimar Ribeiro para conversar com os camponeses Sem Terra e prestar serviço pastoral. Absurdo, arbitrariedade e ilegalidade da PM, pois a Constituição de 1988 assegura o direito de assistência religiosa. Não deixar agentes da CPT entrarem no acampamento significa desrespeitar a CPT e a CNBB, entidade da qual a CPT é uma pastoral social.
Cadê o respeito à dignidade humana, à função social da propriedade e o compromisso com um dos objetivos da Constituição Federal: construir uma sociedade que supere as desigualdades e a miséria? O papa Francisco exige “nenhuma família camponesa sem terra”.
Despejo, nunca! Negociação séria e idônea sempre!
Enquanto houver latifúndio sem cumprir a função social, ocupar é um direito e um dever!
Problema social e injustiça social e agrária jamais se superam com repressão, mas, sim, com Política séria e ética.
Assina essa Nota Pública,
Comissão Pastoral da Terra, em Minas Gerais (CPT/MG)
Francisco Sá, Norte de MG, 13/3/2018, às 10h40.