Na semana em que completa-se 5 anos do impune crime continuado da Vale que assassinou 272 pessoas, um rio e provocou gigantescos danos socioambientais, a comunidade do Aroucas em Bonfim descobre que o IGAM (Instituto das Águas do Governo de Minas Gerais) concedeu outorga à mineradora Alaska para retirar água da micro-bacia do Rio Águas Claras. Uma aberração!
Se a empresa não tem licença ambiental, e nem poderia ter, pois vai destruir o rio Águas Claras que abastece a cidade de Brumadinho, como o IGAM concede licença para a empresa “laranja” Alaska? Empresa com capital social de 10 mil reais vai minerar ferro? Ou essa licença para outorga de água cedida pelo governo Zema é uma maneira de passar a boiada de mais uma mina de ferro, sendo que a comunidade é contra a destruição prevista no projeto? Diversas denúncias foram feitas para a Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais, Ministério Público e Poder Legislativo, entretanto, a Alaska continua com seu projeto de morte, qual seja, o de acabar com a comunidade tradicional de Aroucas e com o Rio Águas Claras, que abastece o povo de Brumadinho.
Esta outorga de água na micro-bacia deste rio, concedida pelo Governo de Minas Gerais mostra que não existe política ambiental verdadeira, que a política serve apenas aos interesses da mineração.
Solicitamos mais uma vez a urgente atuação dos órgãos responsáveis pela defesa das pessoas e do meio ambiente.
Fora Mineração!
Entenda o caso: A comunidade de Aroucas, município de Bonfim, divisa com Brumadinho, Minas Gerais, é constantemente ameaçada pela mineradora ALASKA. Esta quer explorar minério de ferro na comunidade e tem um processo de licenciamento ambiental junto à Secretaria de Meio Ambiente do Estado de MG, nº 02861/2022, que busca um tipo de licença denominada LAC1 (Licença Ambiental Concomitante – que confere ao mesmo tempo a licença prévia, de instalação e de operação), que caso aprovada, poderão iniciar a destruição para arrancar o minério de ferro.
A comunidade Aroucas se mobiliza desde 2021 para enfrentar e denunciar esse projeto da mineradora, que caso implementado, irá destruir a comunidade, o modo de vida tradicional das famílias, a natureza, vida das pessoas e o abastecimento de água da cidade de Brumadinho, pois o Rio Águas Claras, que será destruído pela mineradora caso ela consiga a licença, abastece a sede do município.
Assinam a nota:
Comissão de Famílias do Aroucas
Comissão Pastoral da Terra (CPT/MG)
Epicentro Urihi
Rede Igrejas e Mineração-MG
Brumadinho – MG, 23 de janeiro de 2024