Nota do Comitê Padre Amaro LIVRE: criminalização da luta pela terra. E, Ministério Público pede arquivamento da denúncia de assédio sexual imputado ao padre Amaro.
A Nota do Comitê Padre Amaro Livre traz como mote central a denuncia da prisão política arbitrária do Padre José Amaro Lopes de Sousa, em Anapu, Pará, no dia 27 de março de 2018.
Dia 20 de abril de 2018, o Comitê Padre Amaro Livre divulgou nota a cerca da criminalização da luta pela terra na região norte do Brasil. Integrante da equipe pastoral da Prelazia do Xingu, e da equipe da Comissão Pastoral da Terra (CPT), à qual pertencia a Irmã Dorothy Stang, assassinada em 12 de fevereiro de 2005, em Anapu, no Pará, Padre Amaro, sempre esteve na luta pelo direito à terra para os camponeses que dela precisavam para trabalhar, produzir e viver com dignidade. Por isso, os movimentos sociais, as pastorais sociais e as igrejas comprometidas com a luta por justiça denunciam que a prisão do Padre Amaro, em 27 de março de 2018, é uma medida que vem satisfazer a sanha dos latifundiários da região amazônica que pretendem de toda forma destruir o trabalho realizado por aqueles que lutam ao lado do povo camponês para ver garantidos os seus direitos.
“Em Anapu, no Pará, a verdadeira luta de Padre Amaro é dar continuidade a causa de Irmã Dorothy Stang, apoiando mulheres e homens camponeses que lutam por terra e as famílias de agricultores familiares já assentadas nos PDSs (Projeto de Desenvolvimento Sustentável), que produzem de forma sustentável, transformando terras, em um projeto de agricultura que além de garantir a subsistência das famílias camponesas e de abastecer as mesas da cidade, preservam florestas e águas da Amazônia paraense”, afirma trecho da nota.
Fazem parte do Comitê Padre Amaro Livre, entidades de Direitos Humanos e Movimentos Sociais Populares que o apóiam, como o MST, CPT, Cáritas, MAB, MAM, FETAGRI/PA, Comitê Dorothy, MPC, CAIC, militantes defensores dos Direitos Humanos e Ambientais, além das igrejas Luterana e Metodista,dentre outras. O espaço segue aberto para adesão de outras organizações.
Confira nota do Comitê Padre Amaro Livre.
“Padre Amaro é um incansável defensor dos direitos humanos e, por isso, é odiado pelos exploradores da região (de Anapu) e por aqueles que acobertam seus crimes. Há muito tempo que ele vem sendo ameaçado de morte pelos latifundiários, por aqueles que querem se apropriar criminosamente de terras públicas para explorá-las, às custas da expulsão do povo que precisa das terras para sobreviver” (Irmãs de Notre Dame de Namur).
“Padre Amaro é mais uma vítima da criminalização da luta pela terra!
A prisão do Padre Amaro é uma medida que vem satisfazer a sanha da Federação da Agricultura do Pará (FAEPA) e dos latifundiários da região de Anapu, no Pará, que tentam de toda forma destruir o trabalho realizado por irmã Dorothy Stang, pelas irmãs de Notre Dame de Namur, pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) e pela Prelazia do Xingu, em uma tentativa de desmoralizar os que lutam ao lado dos pequenos para ver garantidos os seus direitos. E também se enquadra no contexto da tentativa de criminalização de Defensores de Direitos Humanos e dos Movimentos Populares.
O estado do Pará, historicamente conhecido pelos conflitos por terra e território em disputas com os latifundiários que, contando com a conivência dos governos conservadores, escravizam trabalhadores e trabalhadoras rurais, assassinaram a irmã Dorothy, o casal de ambientalistas José Cláudio e Maria do Espírito Santo, as lideranças camponesas Doutor, Fusquinha, Dezinho e promoveram a chacina de Pau D’arco (10 camponeses assassinados, vários executados após serem tendidos), entre tantos outros. E Anapu, PA, não escapa desse cenário!
Mas, em Anapu, a verdadeira luta de Padre Amaro é dar continuidade a causa de Irmã Dorothy, apoiando mulheres e homens que lutam por terra e as famílias de agricultores familiares já assentadas nos Projetos de Desenvolvimento Sustentável (PDSs), que produzem de forma sustentável, transformando terras, em um projeto de agricultura que além de garantir a subsistência das famílias e de abastecer as mesas da cidade, preservam florestas e águas da Amazônia paraense.
Queremos Padre Amaro Livre!
Irmã Dorothy Vive!”
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Ministério Público de Anapu pediu o arquivamento da acusação de assédio sexual imputado ao Padre Amaro.
O Ministério Público (MP) de Anapu pediu o arquivamento da acusação de assédio sexual contra Padre Amaro. O MP entendeu que não há provas no inquérito que sustente essa acusação contra Amaro. No entanto, o MP apresentou denúncia contra Amaro em relação aos demais crimes pelos quais ele foi indiciado pelo Delegado de Anapu. Portanto, a campanha para DIFAMAR e criminalizar a imagem de padre Amaro utilizando a acusação de assédio não passou de uma farsa montada pelo delegado de polícia de Anapu, no Pará, confirmando o que os/as advogados/as de defesa de padre Amaro afirmam desde o dia da prisão injusta do Padre Amaro.
EXIGIMOS PADRE AMARO LIVRE, pois ele é inocente e justo.