O homem do mato, poesia de Paulo André, da CPT/MG.
Olhe homem…
Quem sustenta esse mundo?
Lá vai ele torto d’um lado
Com seu instrumento
Nas costas um machado.
Lá vai ele…
Com a enxada
Por mais negra noite
Vai de madrugada.
Lá vai ele…
Carregando a foice
Nas curvas das estradas
Nas encruzilhadas.
Lá vai ele…
A caminho da lavoura
Matuto nato
Homem do mato
Carrega o mundo
Nos ombros.
Lá vai ele…
Solitário com gargalhadas
Nas manhãs frias
Ganhar o pão
Base forte
Da vida…
Vai com alegria.
Lá vai ele…
Todo santo dia
Mesmo nas manhãs
Cinzentas
Segue sua trilha
Com objetivo
E muito orgulho
De aguentar
Esse mundo
Dia após dia.
E o sol quente sobre
O chapéu
Seu único troféu.
Lá vai ele…
Para onde?