Vídeo – Pela vida do Rio Pará, pelo direito à terra e contra Aterro Sanitário a Ocupação Nova Jerusalém, em Nova Serrana, MG, segue em luta. 29/7/2018.
As mais de 100 famílias – trabalhadoras e trabalhadores do campo – da Ocupação-Comunidade Nova Jerusalém, acompanhada pela FNL (Frente Nacional de Luta) e pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), na Fazenda Canta Galo, município de Nova Serrana, MG, reocupada em 24/5/2018, seguem firmes na luta e resistência pelo direito à terra e à moradia e em defesa do rio Pará. De forma injusta, inconstitucional e covarde, essas famílias foram despejadas da Fazenda Canta Galo no dia 26/4/2018, após lá morarem e trabalharem por 6 anos, terem construído mais de 80 casas de alvenaria e estarem cultivando mais de 60 hectares de plantações de hortas, legumes, mandioca etc., com consciência ecológica e responsabilidade social e ambiental, produzindo alimentos saudáveis, sem uso de agrotóxicos. Alimentos estes, que além de servir ao consumo das famílias também eram vendidos nas feiras, gerando renda às famílias da Ocupação. O motivo alegado para o despejo foi de que ali seria instalado um Aterro Sanitário pelo Consórcio Intermunicipal de prefeituras da região, tendo como presidente o prefeito de Pitangui, Marcílio Valadares, o que é também um absurdo, já que o local está ao lado do rio Pará, um dos afluentes do rio São Francisco, cheio de nascentes, área de preservação ambiental, até então muito bem cuidada pelos camponeses e camponesas da Ocupação-Comunidade Nova Jerusalém. Vale lembrar que a área da fazenda é de propriedade do Estado de Minas Gerais e foi cedida ao município de Nova Serrana para a instalação desse aterro. A injustiça desse despejo ficou ainda mais gritante e cruel quando se constatou que as famílias foram despejadas, mas lá permaneceu o gado de colaboradores do prefeito de Pitangui, com toda a fazenda à disposição do rebanho, que inclusive, destruiu toda a plantação deixada pelos camponeses e camponesas. Em defesa das águas, da vida do Rio Pará, pelo direito à terra e à moradia, camponeses e camponesas da Ocupação-Comunidade Nova Jerusalém seguem em luta e resistência construindo dignidade. Exigimos o Assentamento definitivo das 100 famílias na fazenda Canta Galo e que se arrume outro local para se fazer aterro sanitário.
* Filmagem e fotos de Luciana, moradora da Ocupação-Comunidade Nova Jerusalém, na Fazenda Canto Galo/Nova Serrana, MG. Apoio de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, da Equipe de Comunicação da CPT-MG. Nova Serrana/MG, 29/7/2018.
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