PISA LIGEIRO! QUEM NÃO PODE COM A IZIDORA, NÃO ATIÇA O FORMIGUEIRO!
OCUPAÇÕES DA IZIDORA ARRANCARAM, NA LUTA, REUNIÃO COM O PREFEITO DE BELO HORIZONTE, MG, ALEXANDRE KALIL (PHS), E NOVAMENTE MANIFESTAM NA PORTA DA PREFEITURA DE BELO HORIZONTE, MG. Nota Pública.
As ocupações-bairros da Izidora – Comunidades Rosa Leão, Esperança e Vitória – e os movimentos sociais, MLB, CPT e Brigadas Populares, na semana passada, nos dias 19 e 20 de março de 2018, acamparam à porta da prefeitura de Belo Horizonte, passaram a noite debaixo de chuva e frio, para garantir que o prefeito Alexandre Kalil (PHS) recebesse uma Comissão das ocupações e movimentos sociais lhes garantisse honrar suas promessas de regularizar fundiariamente e urbanizar as três Comunidades da Izidora.
A reunião estava sendo solicitada desde dezembro do ano passado, por meio de pedidos oficiais e manifestações, mas só depois da luta da semana passada, a reunião foi marcada para hoje, dia 28/03/2018, às 10h na Prefeitura de Belo Horizonte. O povo da Izidora veio em peso para a reunião e não arreda o pé da luta até que todas as áreas das três Ocupações-Comunidades da Izidora sejam reconhecidas em sua integridade como Área de Especial Interesse Social (AEIS),inserida no Plano Diretor de Belo Horizonte. Exigimos que o prefeito Kalil (PHS) insira 100% das Ocupações da Izidora como AEIS no Plano Diretor e que os Vereadores de BH aprovem!
As Comunidades Rosa Leão, Esperança e Vitória, na região da Izidora, são três grandes bairros populares autoconstruídos pelo povo. Ao longo de quase cinco anos, cerca de 9.000 famílias vivem ali, apesar das diversas tentativas de criminalização e despejo e da negação absoluta de direitos de cidadania por parte do Estado. As ocupações não vivem de promessas e de esperar, mas, sim de lutar e fazer acontecer.
No ano passado, o prefeito Alexandre Kalil (PHS) afirmou que as ocupações já eram bairros, que aquelas terras eram griladas e que ao longo da sua gestão, seriam reconhecidas como tale urbanizadas. No entanto, passou-se mais de um ano e,até hoje, sua gestão nada avançou para regularização fundiária e urbanização, uma vez que o prefeito não reconheceu as ocupações como Áreas de Especial Interesse Social, ou seja, como grandes bairros a serem regularizados e urbanizados.
Não é justo que 9.000 famílias das três comunidades da Izidora fiquem no escuro, que falte água para as nossas crianças e permaneçam sem poder conservar insulina para os diabéticos. Não é justo que os nossos idosos e deficientes não tenham acompanhamento regular de saúde. Nossas questões são muito urgentes e precisam ser prioridade para uma prefeitura cujo lema é “governar para quem precisa”.
Quando Kalil esteve nas Ocupações da Izidora, durante o 2º turno da campanha eleitoral, o recebemos com muita educação e cuidado. Ao não nos receber para ouvir as reivindicações, que são nossos urgentes direitos (o prefeito nos deixou dormir no frio e na chuva à porta da Prefeitura), Kalil nos desrespeitou e igualou-se aos que, no exercício do poder, ignoram o povo e os compromissos assumidos com esse povo que lhes deu um voto de confiança e esperança. Esperamos que dessa vez, o prefeito Kalil (PHS) demonstre respeito com a luta do povo pobre e negro que vive nas ocupações.
Não inserir no Plano Diretor as Ocupações da Izidora como AEIS demonstra que o prefeito Kalil e a Câmara de Vereadores não estão do lado das Ocupações da Izidora. Afinal, Kalil vai ficar do lado do povo ou do lado das grandes empresas?
Do Governo de Minas exigimos também que a Advocacia Geral do Estado (AGE) mude o posicionamento relativo ao processo sobre as Ocupações da Izidora no STJ, em Brasília. Inadmissível continuar a AGE reafirmando que a PM de MG está pronta e em condições de despejar as 9.000 famílias das Comunidades da Izidora. Repudiamos também calúnias e difamações que autoridades afirmam sobre as comunidades.
Izidora já tem o zoneamento demarcado como ADE ambiental, que foi modificado por meio de uma Operação Urbana injusta, que apenas atende aos interesses dos grandes empresários e especuladores. Cancelar a Operação Urbana do Isidoro e reconhecer as Ocupações da Izidora como AEIS é a forma do poder público municipal garantir o direito à vida digna e moradia para as famílias que dão vida à Izidora.
Assinam essa nota pública:
Coordenação da Ocupação Esperança
Coordenação da Ocupação Rosa Leão
Coordenação da Ocupação Vitória
Brigadas Populares (BPs)
Coletivo Margarida Alves de Assessoria Popular (CMA)
Comissão Pastoral da Terra (CPT)
Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB)
Belo Horizonte, MG, 28 de março de 2018.