URGENTE! PM de MG ameaça cortar a rede de energia da Ocupação Esperança, na Izidora, em Belo Horizonte. As 2.500 famílias não admitem ficar sem energia. Grande tensão na comunidade.
Acionada por pessoa que não participa da luta coletiva e comunitária, a Política Militar de Minas Gerais esteve agora pela manhã, domingo, dia 17/11/2019, na Ocupação-Comunidade Esperança, na região da Izidora, em Belo Horizonte e Santa Luzia, MG, e gerou grande tensão, pois os policiais militares foram embora alegando que iam chamar reforço policial para cortar a energia de toda a Ocupação-Comunidade Esperança, que é território ocupado por 2.500 famílias já com quase todas as casas de alvenaria construídas ou em construção. O povo unido e organizado, em mutirão, investiu milhares de reais para organizar as redes provisórias de energia. Gastaram muito para ter acesso a migalhas de energia, via gato. Isso porque a CEMIG e o Governo de MG não fizeram ainda a rede oficial de energia para a comunidade, o que tem sido uma violação continuada de um direito humano fundamental pelo Estado que deveria cuidar do povo. Energia e água são bens comuns, direitos elementares e constitucionais. Inadmissível o Estado continuar negando acesso a redes energia e a água, bens comuns necessários à vida. Entre as 2.500 famílias (cerca de 10 mil pessoas) da Ocupação-Comunidade Esperança estão muitas pessoas diabéticas que precisam tomar insulina diariamente. Como conservar a insulina sem geladeira? O Estado quer matar as pessoas com diabetes? Há centenas de crianças sendo amamentadas em mamadeiras. Há centenas de idosos, muitos cadeirantes e pessoas acamadas, inclusive. Repudiamos a tensão que policiais militares de MG causaram na Ocupação-Comunidade atendendo solicitação não idônea, sem conversar primeiro com a coordenação da Ocupação-Comunidade Esperança e, pior, alarmando tensão e pânico ao se retirarem alegando que voltariam com reforço policial para cortar a energia da Ocupação-Comunidade Esperança com 2.500 famílias. A comunidade já está mobilizada, fazendo Assembleia Geral e não admitirá em hipótese alguma o corte de energia. Ao contrário, as 2.500 famílias da Ocupação-Comunidade Esperança, irmanadas com as 5.000 famílias da Ocupação-Comunidade Vitória (ao lado) e com as 1.500 famílias da Ocupação-Comunidade Rosa Leão, também na Izidora, exigem, sim, do Estado de MG e da Prefeitura de Belo Horizonte a regularização fundiária com urgência e da CEMIG e COPASA exigem a implantação de redes oficiais de energia, de água e de saneamento. Basta de sobreviver com migalhas de energia e água, e jamais ficar sem as redes autoconstruídas com muito trabalho e suor.
Assinam esta Nota Pública:
Famílias da Ocupação-Comunidade Esperança
Coordenação da Ocupação-Comunidade Esperança, na Izidora, em BH e Santa Luzia
Comissão Pastoral da Terra (CPT/MG)
Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB)
Brigadas Populares (BPs)
Associação de Arquitetos Sem Fronteira-Brasil
UP – Unidade Popular pelo Socialismo
Assessoria Jurídica da Izidora.
Belo Horizonte, 17 de novembro de 2019.