Socorro pede socorro em Barão de Cocais, MG: 1 ano de expulsão e exílio.

Socorro pede socorro em Barão de Cocais, MG: 1 ano de expulsão e exílio.

Luta por justiça em Barão de Cocais, MG, dia 08/02/2020: 1 ano de expulsão e exílio causados pela mineradora Vale e pelo Estado. Foto: Helena Flávia.

Exiladas dos seus territórios há mais de um ano no município de Barão de Cocais, MG, as Comunidades de Socorro, Gongo, Piteiras e Tabuleiro pedem socorro, porque a mineradora Vale conquistou judicialmente autorização para expulsar todas essas comunidades, dia 08/2/2019. Socorro é uma vila histórica linda com mais de 300 anos de história, sob ameaça de que a barragem de Gongo Soco pode estourar a qualquer momento. Dia 08/2/2020, aconteceu celebração de fé e luta, marcando um ano de expulsão dos moradores de Socorro, Gongo, Piteiras e Tabuleiro. Proibido de retornar às suas comunidades, o povo se reuniu na estrada próximo à comunidade de Socorro e celebrou sua fé e luta. Após missa que aconteceu na estrada, de onde se avistava a vila de Socorro, trancada com acesso proibido aos moradores por tempo indeterminado. Contemplando a região, Helena Flávia, do Movimento Gandarela Viva, pergunta. “As montanhas, o rio, o verde, o lugar … As pessoas, onde estão? As pessoas viverão?”

O MAM (Movimento pela Soberania Popular na Mineração), junto com o MAB, organizou o Ato Público de ontem, dia 08/02/2020, e  divulgou em Nota: “Há exatamente 1 ano atrás a vida dos moradores de Barão de Cocais, MG, mudou abruptamente: no dia 08 de fevereiro de 2019 a mineradora Vale mudou o risco de emergência da barragem Sul Superior para o nível 3, o que significa risco ruptura iminente. Moradores de 4 comunidades rurais foram removidas, sem tempo sequer de recolher todos os pertences. E, até hoje, não foi permitido que retornassem às suas casas. Animais e plantas morreram, casas se deterioraram e os vínculos sociais foram partidos pela impossibilidade do convívio como era antes. Comunidades com 300 anos de história; mais de 500 pessoas com as vidas em suspenso por causa da irresponsabilidade da mineradora Vale e do poder público, que deveria monitorar a estabilidade das estruturas das barragens. Os moradores da área urbana de Barão de Cocais, especialmente a população Ribeirinha, também vive o pavor de que aconteça o rompimento. Enquanto isso a “lama invisível” vai destruindo dia a dia Barão de Cocais. Até quando? Toda a solidariedade para os moradores das comunidades de Socorro, Piteiras, Vila do Gongo e Tabuleiro e toda população ribeirinha do município que tiveram as vidas profundamente alteradas nesta situação. Seguiremos em luta para não permitir que a impunidade e a injustiça prevaleçam!”

Fotos e informações: Glorinha, Helena Flávia e Andréa. Redação: frei Gilvander

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Abraço terno na luta. Frei Gilvander Moreira – www.gilvander.org.br