Vidas feridas que clamam por respeito e justiça no Acampamento Nova Jerusalém, em Nova Serrana/MG. 09/5/2018.
Um pedaço de terra ociosa, abandonada há anos, sem cumprir qualquer função social. Mãe terra convidando à partilha. Fazenda Canta Galo, de propriedade do estado de Minas Gerais, cedida ao município de Nova Serrana. Uma ocupação, um sonho, uma nova história de vida. Ocupação-Comunidade Nova Jerusalém, há 6 anos, 120 famílias lutando pelo direito à terra, pelo sagrado direito à moradia. Na convivência com a Mãe terra, com a irmã água, a força da vida que gera saúde, alegria, partilha, esperança, dignidade. Mas… esse sistema capitalista é cruel e é grande a ambição do capital. 26 de abril de 2018. Um despejo injusto e covarde violenta a vida das 120 famílias da Ocupação-Comunidade Nova Jerusalém, sem qualquer alternativa digna prévia. E os que se dizem donos da terra, pra mostrar ainda mais a força do seu poder, arrombam as casas, retiram portas, janelas, colocam bois para pastar nas plantações tão bem cuidadas, cujos frutos eram partilhados, geravam renda, saciavam a fome de muitos… (Ah! Sim. Os bois não foram despejados, ocuparam a terra antes habitada por famílias, por seres humanos.) Vidas feridas, violentadas, com seus direitos violados, oprimidas, mas resistentes. Vidas que se reerguem com as barracas de lona, e, mesmo no frio da mata, sentem conforto do abraço das estrelas, do aconchego da lua, das mãos que se abrem à solidariedade, e tecem, confiantes, em luta, um novo amanhecer de luz. Vidas feridas que clamam por respeito e justiça. Vidas que se unem pela vida que há de ser em abundância naquela mesma terra. Na fazenda Canta Galo hão de cantar a alegria da volta à Mãe que se abre para receber seus filhos e filhas… Mãe terra, dom de Deus, para que a vida seja abundante para todas e todos e garantida seja a dignidade de seus filhos e filhas.
*Vídeos e fotos enviadas por moradores do Acampamento Nova Jerusalém, em Nova Serrana, MG, e da região.
Apoio de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, da Equipe de Comunicação da CPT-MG.
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